Sobre

Maurício BlackMad

Maurício BlackMad é uma figura central na história da cultura Black paulistana, atuando como DJ, produtor cultural e comunicador. Sua trajetória está profundamente ligada à cena dos bailes black e ao movimento funk e soul que floresceu em São Paulo nas décadas de 1970 e 1980.(ARTE!Brasileiros)

Como fundador da equipe de som Black Mad, Maurício desempenhou um papel fundamental na promoção de eventos que celebravam a música negra e a cultura afro-brasileira. A Black Mad foi uma das equipes responsáveis por manter viva a tradição dos bailes black, especialmente na zona norte de São Paulo, contribuindo para a disseminação do soul, funk e samba-rock entre as comunidades periféricas.(ARTE!Brasileiros)

Além de seu trabalho como DJ, Maurício também é conhecido por sua atuação na rádio BlackMad, uma plataforma dedicada à promoção da música black e à valorização da cultura afro-brasileira. A rádio serve como um espaço de resistência e celebração, conectando ouvintes de diferentes gerações e regiões do Brasil.

A trajetória de Maurício BlackMad é marcada pelo compromisso com a valorização da identidade negra e pela promoção de espaços culturais que celebram a diversidade e a riqueza da cultura afro-brasileira. Seu trabalho continua a inspirar novas gerações e a fortalecer os laços comunitários por meio da música e da cultura.


Manifesto BlackMad:

Dançamos para Permanecer — Sonhamos para Avançar

Somos a batida que nunca parou.
Somos a dança que resistiu quando queriam nos ver imóveis.
Somos a música que atravessou becos, vielas, praças, metrôs e chegou onde diziam que não era lugar nosso.

Nas periferias esquecidas, acendemos nossos salões de baile como constelações noturnas.
Em cada disco girando na agulha, em cada passo de dança no chão gasto de cimento, escrevemos — com o corpo, com o suor, com o sonho — nossa história: a história que não cabia nos livros oficiais.

BlackMad não é apenas um nome: é um grito ancestral, é uma máquina do tempo viva, é uma ponte erguida entre continentes partidos.

Nós fomos os que assistiram Soul Train com olhos famintos e fizeram daquelas imagens um projeto de futuro.
Nós transformamos caixas de som em catedrais da nossa fé no amanhã.
Nós pegamos o que havia sido fragmentado — África, Américas, Brasil — e fizemos música, dança, moda, atitude: fizemos cultura.

Hoje, não celebramos nostalgia.
Celebramos continuidade.

Não nos interessa apenas lembrar o que fomos.
Queremos inventar — juntos — o que seremos.

Queremos a estética afiada como lâmina.
Queremos a batida pulsando em todos os sistemas.
Queremos a palavra cantada, falada, grafada, desenhada, projetada nas telas e nas ruas do mundo.

Queremos jovens erguendo pick-ups digitais e virando discos invisíveis nas nuvens.
Queremos roupas que sejam armaduras de beleza, identidades desafiando as vitrines.
Queremos jogos, quadrinhos, filmes, canções, memórias, dados, realidades expandidas —
Queremos ocupar todos os futuros.

Somos herdeiros de James Brown e Jorge Ben, de Nina Simone e Elza Soares, de Marvin Gaye e Gerson King Combo, de Aretha Franklin e Sandra de Sá, de Curtis Mayfield e Tony Tornado.
Mas mais do que isso:
Somos os precursores de todos os futuros dançantes que ainda virão.

BlackMad é uma declaração:
Enquanto houver música, não haverá esquecimento.
Enquanto houver dança, não haverá silêncio.
Enquanto houver sonho, não haverá fim.

Ergam seus pés.
Ergam suas vozes.
Ergam seus corações.

Porque o futuro não é dado —
O futuro é dançado.

E o nosso já começou.

✊🏾 BLACKMAD FOREVER.


Nossa Trajetória

1. Raízes Invisíveis (1958–1965)

  • Primeiro discotecário do Brasil: Seu Osvaldo Pereira inaugura em 1958 a Orquestra Invisível Let’s Dance.
  • Transição ao formato DJ e surgimento de Amauri, Eduardo, Os Carlos.

2. A Explosão (1966–1978)

  • Bailes black periféricos elevam autoestima negra.
  • BlackMad em Vila Brasilândia promove samba‑rock, soul e funk, paralelamente à Chic Show.

3. Ruas & Resistência (1970–1985)

  • Ponto de encontro no Viaduto do Chá e migração pela 24 de Maio, Praça Antônio Prado e Hip‑Hop nascente.
  • DJs como Serjão, Lula Superflash, Claudio Costa enfrentam repressão e preparam terreno para o hip‑hop.

4. Herança Viva (1990–Hoje)

Festas Jive, Brazuca! e Pixaim renovam acervo raridade.